segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

E a gestão de futebol?

Sai ano, entra ano, e é a mesma história. Clubes estão sempre atrás de estrelas. Ronaldo, Adriano, Ronaldinho Gaúcho. Grande parte dos principais clubes do país concentram suas atenções e os holofotes da imprensa em especulações em torno de jogadores badalados.

Há muito tempo é assim, como no caso do Flamengo, em tempos atrás, que buscou repatriar jogadores como Edmundo, Bebeto, Romário. No Atlético, quando montou a “Selegalo”, com Neto, Renato Gaúcho e Companhia.

Difícil afirmar ao certo qual o motivo disso. Talvez a pergunta mais pertinente seria se estas escolhas estariam sendo feitas de forma racional, planejada. Será que o tal jogador estrela resolverá os problemas do time? Não seria mais eficiente trazer jogadores mais motivados e que renderiam mais? Ainda que fosse importante a contratação, não seria melhor concretizar o negócio antes de deixar vazar a notícia na imprensa?

A questão de planejamento, ou falta dele, tem aparecido de sobra na administração dos clubes do Brasil. Prova disso são as intermináveis “novelas”, onde capítulos contam as etapas de uma contratação ou tentativa de contratação, quando os negócios melam.

A falta de profissionalismo e competência daqueles que mais deveriam ser cautelosos e eficientes, em um clube, é enorme. O que se vê são jogadores com altos salários e baixo rendimento; mais gastos do que arrecadação; centros de treinamento com estrutura precária; salários atrasados; dívidas em constante crescimento.

É lamentável, apesar de alguns raros exemplos, como no Inter e seu projeto de fidelização com o Sócio Torcedor. O Corinthians também teve méritos em sua administração, como no Marketing do Clube, que gerou muitas vendas de produtos licenciados e trouxe patrocínios substanciais. O Presidente Alexandre Kalill é outro que merece destaque. Apesar do tom sempre arrogante em suas palavras, ele tem feito bom trabalho no Atlético, quando enxugou os gastos, revertendo o orçamento em contratações e garantia de salários em dia.

De qualquer forma, é um assunto pouco discutido. Fala-se muito sobre jogadores bons e jogadores ruins. Técnicos competentes e incompetentes. Árbitro ou cartola ladrão. A gestão de clubes deveria estar mais em pauta, pois o trabalho deles resulta em times vitoriosos ou não. É onde tudo começa.

Por Danniel Olímpio

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Um clássico de espectadores

Que a Espanha e o mundo pare para ver o belo futebol do Barcelona, já é sabido. Mas o que não se esperava era que o time madrilenho também parasse para assistir Messi e companhia passearem em campo no clássico Barça e Real.

Real Madrid líder do campeonato, o time fazendo boa temporada ao comando de José Mourinho. Nada disso foi suficiente diante do conjunto do Barcelona, que voou em campo. 5 a 0, fora o show de técnica, aplicação tática e disposição dos jogadores. E, de quebra, ultrapassou o rival, assumindo a liderança do Campeonato Espanhol, agora com 34 pontos, 2 a mais que o time de Madrid.

Muitos podem estar se perguntando o que ocasionou a goleada. A princípio, um Barcelona totalmente ligado e um Real Madrid completamente sonolento. Em segundo, o tipo de marcação feita pela equipe Catalã. O Barcelona tem por característica todos os jogadores ajudando na marcação. O resultado é que o time roubava a bola no meio e saia de trás tabelando com o trio Messi, Iniesta e Xavi, que distribuíam para os atacantes Pedro e Villa, que jogavam abertos pelas pontas. E como, além de ser um time de técnica apurada, a maioria joga há anos juntos. Isso fez com que os erros de jogadas agudas no ataque fossem mínimos, o que acabou resultando na goleada.

O Barcelona leva ao mundo um estilo de jogo interessantíssimo. Joga de forma muito ofensiva, mas com aplicação tática defensiva muito grande por parte de todos jogadores. Os atacantes Pedro e David Villa marcam a saída de bola pelos lados, dificultando o apoio dos laterais adversários. O meio campo marca sob pressão os meias rivais, que ficam sem opção de passe, já que seus laterais estão presos na marcação e o ataque bem marcado. Com isso, o time catalão rapidamente rouba a bola, que é distribuída para um dos seus dois pontas, que a segura até a chegada dos homens de meio que, hora chegam ao ataque como elemento surpresa, hora se colocam na entrada da área pra tabelar. Essa forma colaborativa de jogar proporciona uma gama variada de jogadas porque o time se posiciona muito bem, tanto defensiva, como ofensivamente.

O peso de uma goleada para o Real é muito grande, isso é inegável. Que o time vai ter que ralar muito para estar no nível do Barcelona, também é incontestável. Mas que tem condições pra evoluir muito ainda, tanto com a capacidade do seu elenco, como do seu ótimo técnico, isso também ninguém duvida. Resta saber, quanto tempo irá demorar pra alcançar o nível do Barcelona, que, sem dúvida, atingiu a velocidade da luz.

Por Danniel Olímpio

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Entregar ou não se esforçar?


A rodada de ontem gerou uma garnde discussão após a derrota do São Paulo para o Fluminense. A torcida do São Paulo pedia nas arquibancadas para que o próprio time entregasse o jogo. E o mais curioso é que ela comemorou a cada gol do tricolor carioca.

Aí entra a seguinte questão: o São Paulo entregou o jogo? Não. Apenas não se esforçou o bastante pra ganhar do Fluminense. Entregar o jogo e não se esforçar são coisas totalmente diferentes.

Ao analisar a pontuação de cada clube na tabela, percebe-se que o Fluminense teria (e teve) mais ambição de ganhar, afinal briga pelo título. Já o São Paulo não brigava por Libertadores, tampouco por título. É de certa forma normal não ter a mesma motivação na partida.

Do lado de fora de campo entra a vontade da torcida e a rivalidade com outros clubes. É preferível pros sãopaulinos o Fluminense ser campeão ao arquirrival Corinthians. O pedido de entrega é folclórico, faz parte do torcedor.

Mas a explicação pra toda essa polêmica - que sempre surge faltando 3, 4, 5 rodadas pro fim do campeonato - está no regulamento. Os pontos corridos levam a isso. Há algumas rodadas do término do brasileirão, vários times estarão passeando no campeonato. E sem ter o que disputar, apenas cumprir tabela acaba sendo algo desmotivador. É apenas pra "bater o ponto".

Dizer que um time ou outro entregou o jogo é algo sem nexo. Por outro lado, é espantoso ver um time que não tem mais ambição no campeonato perder uma partida que no fim das contas acaba prejudicando um rival? É algo que imediatamente gera debate. Se o time perder, ele entregou. E se ganhar?

Ano passado disseram que o Corinthians tirou o pé na partida com o Flamengo. Foi exatamente o que aconteceu esse ano. Mas quem não se lembra o trabalho que deu ao time carioca vencer o Grêmio na última rodada? Se o Grêmio empata daria ao rival Inter a chance de ser campeão. A torcida do Grêmio pedia pro time perder o jogo, assim como a do São Paulo no jogo de ontem.

Em pontos corridos sempre haverá especulação sobre entrega de jogo e de mala branca. Um clube perder um jogo e acabar prejudicando um rival em diversas vezes será fruto de coincidência na tabela. E a falta de empenho em alguns jogos será por conta de um time não ter mais o que fazer no campeonato a não ser cumprir tabela.

Se é pra não ter polêmica, que volte o mata-mata.
Por Rudney Guimarães

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Técnicos gaúchos em alta


Os técnicos Gaúchos estão em grande fase no futebol brasileiro. Tite chegou ao Corinthians e vem conseguindo retomar o caminho do título do Brasileirão 2010. Celso Roth, do Inter, conquistou a Libertadores e disputa o Mundial Inter Clubes. Felipão vem levando o Palmeiras às finais da Sul-americana. Por fim, Mano Menezes inicia bem o trabalho na Seleção Brasileira, ainda que tenha perdido para a Argentina, nesta quarta-feira.

É indiscutível, os técnicos gaúchos atualmente estão na vanguarda do futebol brasileiro. Os resultados comprovam isso. Mas, além dos resultados, é interessante notar a mudança do estigmatizado futebol força, antes arraigado ao estilo gaúcho. Não que mudaram radicalmente a forma de atuar das suas equipes. A questão da marcação ainda é marca registrada dos treinadores gaúchos. Mas além dessa forte e eficiente marcação, eles têm montado times competentes também na parte ofensiva.

O técnico da Seleção, Mano Menezes, talvez seja um exemplo claro de como conciliar bem uma boa marcação com ofensividade. Sua noção tática é outra característica que merece destaque, como é comum aos técnicos citados.

Técnico “paizão”

Está cada vez mais provado que o técnico “paizão”, amigo, tem dado certo nos clubes brasileiros. Joel Santana, Renato Gaúcho, Andrade (em sua arrancada para o título brasileiro), Felipão e Dorival Júnior. Técnicos com estilo mais distante dos jogadores, como Luxemburgo, por exemplo, dão mostras que esse estilo não tem surtido efeito.

Treinadores como Joel Santana e Andrade, por exemplo, não são destaque por serem exímios treinadores, mas a forma de lidar com o grupo chama a atenção. Prezam pela união do grupo, pela conversa. E isso tem demonstrado que surte efeito, pois há uma doação maior dos jogadores em campo, a concentração e ímpeto são maiores na busca dos objetivos.

Óbvio que um técnico como Vanderlei Luxemburgo não se esqueceu como se treina um time de futebol. O que acontece é que hoje, mais do que em anos anteriores, um time necessita de um comandante com capacidade que vai muito além da noção de técnico que escala, que escolhe o esquema tático, que faz substituição. Um time, para ser vitorioso, precisa de alguém que viva o dia-a-dia, que converse individualmente com cada um, que oriente, que utiliza estratégias de motivação. No futebol atual, jovens jogadores são lançados cada vez mais cedo nas equipes profissionais. Esse é um fator que obriga os técnicos a serem mais participativos no convívio com os atletas.

Talvez isso venha a fazer parte da reciclagem que o próprio Vanderlei Luxemburgo diz precisar fazer.

Por Danniel Olímpio

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Enfim, de volta.


Saiu hoje pela manhã a convocação da Seleção Brasileira pro amistoso do dia 17 de novembro, contra a eterna rival Argentina. E em meio aos jovens da renovação feita por Mano, um velho conhecido da camisa canarinha está de volta, Ronaldinho Gaúcho.

Alguns comentaristas já se manifestaram dizendo que a convocação de Ronaldinho foi pura jogada de marketing político. Afinal, um amistoso em Doha, no Qatar, contra a Argentina, seria bem mais atrativo a cada grande jogador presente. E em relação à popularidade, Ronaldinho dispensa comentários.

Na entrevista coletiva, Mano relatou que Ronaldinho foi chamado porque pode ser útil. Pensou nele como um jogador de meio, de armação de jogadas, de criatividade. Sabe-se que na Seleção Ronaldinho não costuma ter as mesmas atuações que tem nos clubes, salvo algumas exceções. Porém, a vontade de voltar a jogar pelo Brasil é por si só um grande estímulo para que Ronaldinho faça boas apresentações.

É óbvio que Mano terá que encaixá-lo bem na equipe. Ronaldinho rende muito mais quando escalado na posição certa, a que ele mais se sente à vontade, jogando com liberdade. Mas, o próprio jogador terá que ser mais objetivo do que vinha sendo ultimamente (pela Seleção). O espetáculo faz parte, mas é consequência do jogo, da técnica e habilidade que ele possui, mas jamais será prioridade. Se ele pensar dessa forma, voltará a ter prestígio.

Mas será que Ronaldinho terá condições de se manter na Seleção até 2014? Será que Mano o chamou por uma necessidade momentânea, pelo bom futebol apresentando atualmente no Milan, ou por acreditar que o jogador poderá voltar a ser um grande nome, importante pra Seleção, tão renovada e cheia de jovens?

O fato é que pra torcida, ter Ronaldinho de volta é bom para os olhos, pois trata-se de um ídolo. Mas, para se manter nos planos de Mano Menezes e para voltar a deslumbrar os olhos do torcedor, Ronaldinho Gaúcho terá que ser muito mais que "um rostinho bonito".

Por Rudney Guimarães

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Um empate pra muitas análises


O clássico das maiores torcidas terminou empatado. Flamengo e Corinthians, vivendo momentos diferentes no campeonato, fizeram um jogo que em diversos momentos deixaram claro a posição das equipes na tabela.

A diferença entre os dois times se viu no padrão de jogo de ontem. O Corinthians fez um bom primeiro tempo, dominando o jogo, marcando bem o time adversário e sendo objetivo quando esteve perto do gol. E aí Ronaldo não perdoou.

O Flamengo mais uma vez justificou a sua posição na tabela. A ousadia de Luxemburgo de apostar em 3 atacantes pra segurar o Corinthians no seu próprio campo poderia ter dado certo. Mas o que se viu no primeiro tempo foi um Flamengo com muitos passes errados - como sempre vem sendo - e falta de criatividade.

E, mais uma vez, o time carioca saiu atrás no placar. Aí o time tem que correr em dobro pra reverter o resultado. O empate dos males foi o menor, mas vontade, ímpeto e atitude de vencedor desde o início da partida poderiam premiar o time com uma vitória.

Já o Corinthians, abdicou do ataque no segundo tempo. Optou em marcar o Flamengo, quando na verdade poderia ser mais agressivo. Tite errou ao recuar o time trocando Bruno Cesar por Paulinho. Um pouco mais de ousadia e o time poderia voltar pra São Paulo com os três pontos.

O Flamengo vem melhorando, é verdade. Mas Luxemburgo ainda tem muito o que fazer. O time possui elenco pra fazer um bom restante de campeonato, mas a irregularidade apresentada durante o brasileirão acaba por deixar o time na atual situação, deveras incômoda.

Surpreendeu um pouco a atitude do Corinthians de explorar os contra-ataques. Mas no primeiro tempo a estratégia deu certo. Mas a partir da melhora do Flamengo no segundo tempo, o time apenas se defendeu, fora uma bola na trave cobrada por Bruno Cesar.

E o Flamengo mostra que quando se joga com vontade, demonstrando a raça que é típida do time e a exigência máxima da torcida, se pode vencer, seja qual for o adversário. O Flamengo em muitos jogos peca por errar demais, ajudando o adversário. Em outras palavras, facilitando o trabalho que os outros times têm pra fazer para vencê-lo.

Por Rudney Guimarães

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Prêmio Bola de Ouro já tem data marcada

Saiu a lista de indicados para o prêmio de melhor jogador do mundo da última temporada (Bola de Ouro da FIFA). Julio César, Maicon e Daniel Alves são os brasileiros que fazem parte da lista. Uma lista que, como em todo ano de mundial, toma como base a Copa do Mundo, com predominância de espanhóis e alemães. No geral, houve coerência, apesar forçada de barra na indicação de Asamoah Gyan, de Gana e da ausência do zagueiro brasileiro Lúcio, que fez grande temporada.

Pode ser que o primeiro lugar seja dado a algum campeão mundial, ou Villa ou Iniesta, mas, ainda assim, Lionel Messi esteve bem a frente dos demais durante toda a temporada. Inclusive na copa, não esteve mal como muitos disseram. Não jogou tudo que pode render, óbvio, mas teve bons momentos, apesar da Argentina não ter ido mais à frente. Pena o polvo Paul não estar mais vivo. Será que acertaria essa?

O evento também premiará ainda a melhor jogadora, sendo Marta a única brasileira indicada, o melhor técnico e elegerá os melhores jogadores em cada posição.

O vencedor será conhecido no dia 10 de janeiro de 2011 em Zurique, na Suíça. Este ano os prêmios da Revista France Football e do Bola de Ouro da Fifa terão o mesmo vencedor.

Veja a lista completa:

Jogadores

Xabi Alonso (Espanha), Daniel Alves (Brasil), Iker Casillas (Espanha), Cristiano Ronaldo (Portugal), Didier Drogba (Costa do Marfim), Samuel Eto'o (Camarões), Cesc Fábregas (Espanha), Diego Forlán (Uruguai), Asamoah Gyan (Gana), Andrés Iniesta (Espanha), Julio César (Brasil), Miroslav Klose (Alemanha), Philipp Lahm (Alemanha), Maicon (Brasil), Lionel Messi (Argentina), Thomas Müller (Alemanha), Mesut Özil (Alemanha), Carles Puyol (Espanha), Arjen Robben (Holanda), Bastian Schweinsteiger (Alemanha), Wesley Sneijder (Holanda), David Villa (Espanha) e Xavi (Espanha).

Jogadoras

Camille Abily (França), Fatmire Bajramaj (Alemanha), So Yun Ji (Coreia do Sul), Marta (Brasil), Birgit Prinz (Alemanha), Caroline Seger (Suécia), Christine Sinclair (Canadá), Kelly Smith (Inglaterra), Hope Solo (Estados Unidos) e Abby Wambach (Estados Unidos).

Técnicos do futebol masculino

Carlo Ancelotti (italiano, Chelsea), Vicente del Bosque (espanhol, seleção da Espanha), Alex Ferguson (escocês, Manchester United), Pep Guardiola (espanhol, Barcelona), Joachim Löw (alemão, seleção da Alemanha), José Mourinho (português, Internazionale e Real Madrid), Oscar Tabárez (uruguaio, seleção do Uruguai), Louis Van Gaal (holandês, Bayern), Bert Van Marwijk (holandês, seleção da Holanda) e Arsène Wenger (francês, Arsenal).

Técnicos do futebol feminino

Bruno Bini (francês, seleção da França), In Cheul Choi (sul-coreano, seleção sub-20 da Coreia do Sul), Maren Meinert (alemã, seleção sub-20 da Alemanha), Albertin Montoya (americano, Gold Pride), Silvia Neid (alemã, seleção da Alemanha), Hope Powell (inglesa, seleção da Inglaterra), Norio Sasaki (japonês, seleção do Japão), Bernd Schröder (alemão, Turbine Potsdam), Pia Sundhage (sueca, seleção dos Estados Unidos) e Béatrice von Siebenthal (suíça, seleção da Suíça).

Por Danniel Olímpio